quarta-feira, 19 de junho de 2019

Ultrassom que destrói tumores chega ao Brasil


Chegou a São Paulo um ultrassom israelense que destrói tumores.

O serviço foi inaugurado nesta terça-feira, 14, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Ices).

O serviço de ultrassom – com ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é incapaz de escutar – serve para destruir células cancerígenas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia.

O novo equipamento estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Como

Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar até mil feixes em um único ponto – com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética.

Com o calor, as células cancerígenas são queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.

Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão.

Tratamento

Segundo Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas – tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.

A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca onde é necessário”Marcos Roberto de Menezes, diretor doesto de diagnóstico por imagem do Icesp.

O diagnóstico por imagem permite conhecer as áreas onde estão os miomas.

Após definir os pontos que serão destruídos pelo calor, os médicos começam a disparar as ondas sonoras em pequenos pontos dos tumores. Cada pulso demora apenas alguns segundos.

Vários são necessários para queimar uma área inteira. Toda a operação pode levar até, no máximo, 2 horas.

O ultrassom eleva a temperatura das células cancerígenas até 80º C.

“Esse calor destrói qualquer tipo de célula”, diz Marcos. “A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca o que é necessário.”


Quem pode?

O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.

“Dois fatores que são levados em conta na escolha das pacientes são o local do tumores e o tamanho deles”, explica o médico do Icesp.

A técnica dispensa o uso de anestésicos. “As pacientes ficam conscientes durante toda a operação, recebem apenas sedativos”, explica Marcos.

Segundo o médico, o procedimento não causa dor intensa. “As pacientes costumam reclamar de dores parecidas com cólicas menstruais, mas isso somente durante o exame.”

Fonte: SIMISRAEL