Segurança do Trabalho

A Segurança do Trabalho é uma profissão que penetra diretamente na atuação de todas as áreas profissionais. Ela precisa compreender a rotina de trabalho de todo tipo profissional e encontrar medidas para tornar as atividades cada vez mais seguras. Sendo assim, os profissionais de Segurança do Trabalho tem nas áreas hospitalares o seu maior desafio. 
O ambiente hospitalar é o único ambiente onde se pode encontrar literalmente todos os tipos de riscos de trabalho. E também é o lugar onde o profissional de Segurança do Trabalho, tenha ele qualquer outra formação além desta, sempre terá que pesquisar bastante, pois é um ambiente onde se encontram vários tipos de atividade cientifica.

Hospital sempre tem obras de melhoria, tem todo tipo de risco biológico, físico, químico, ergonômicos e também, como é nosso foco nesse blog, risco com radiações. Porém, estejam todos alertas, pois o maior risco dessa área é a guerra de egos inflamados que a classe médica trava contra todos os outros tipos de profissionais. Porém, mantenham seus olhos secretamente sobre eles, pois são os que mais cometem erros grosseiros, e normalmente, a culpa decai sobre outros profissionais.


A classe medica se protege quase como uma verdadeira sociedade secreta, e costumam repetir entre eles à máxima que os é ensinada quase desde o inicio do curso de medicina “A clinica é soberana”, que trocando muito em miúdos é um pensamento evocado sempre que um deles está na duvida ou sabe que pode fazer ou já fez alguma besteira. E isso quer dizer que: tudo o que o medico disser sobre algo que fez ou clinicou, será verdade absoluta, e mesmo que errado, ele terá respaldo de seus colegas de profissão. Sei que certamente alguém vai querer me crucificar por escrever isso, mas essa é a mais pura verdade, infelizmente. E claro, não vacile pois a vitima também pode ser você!


Alertados sobre esses riscos... Vamos em frente.


O mais importante ao Técnico de Segurança na área hospitalar é fazer parcerias. Conheço a postura de muitos técnicos que preferem ser temidos por onde passam, eu, particularmente sou contra essa postura e busco estar em harmonia com todos. Ninguém é uma ilha, precisamos uns dos outros. O TST que pensa que está trabalhando para punir quem estiver fora das normas esta adotando uma postura inadequada e que certamente o trará problemas além de tornar seus dias cada segundo mais chatos por ser profissionalmente “o indesejável”.

Técnico em Segurança do Trabalho é um profissional CONSCIENTIZADOR, é um PREVENCIONISTA, e precisa conscientizar a todos que não é responsável pela saúde de ninguém, e nem deve ser culpado quando ocorre um acidente. A final, só quem pode cuidar da saúde e segurança de alguém 24h por dia é a própria pessoa adotando procedimentos seguros, tanto no trabalho quanto em sua vida pessoal!

Como hospital é um ambiente cientifico e multidisciplinar, o TST precisa, mais do que nunca ser bem quisto e bem aceito em todos os setores, como o cara que certamente podem contar para qualquer coisa, desde uma conversa quando sob estresse de trabalho, quanto para discutir e trazer melhorias ao seu setor. Sem a ajuda e respaldo dos demais profissionais o profissional da segurança do trabalho tem um árduo trabalho de pesquisa para entender as rotinas e riscos de cada profissional.


É importante também que se esteja sempre presente observando e aprendendo as rotinas do hospital para manter as ações prevencionistas e manter um foco enorme em tudo o que possa ser vetor de infecções hospitalares, desde insetos a atitudes. Quanto a isso, cabe aqui uma observação. Formigas parecem inofensivas na nossa vida cotidiana e em hospital, tende-se a ignora-las, NUNCA AS IGNORE, há estudos que mostram as formigas e pequenos insetos como um dos principais vetores transmissores de infecção hospitalar.


A grande sacada é sempre analisar o ambiente de trabalho para descobrir todos os riscos possíveis. Toda ação preventiva precisa ser pensada e aplicada mediante a realidade do ambiente e rotina profissional. O grande desafio do TST esta no fato de que cada tipo profissional adota procedimentos e possui seu foco de estudo em uma diferente direção. Quando um profissional de uma área interage na área de outro, é muito natural que ele não entenda a rotina do outro e cause riscos ou mesmo se torne um vetor de infecção hospitalar.


Um exemplo disso pode ser dado quando Enfermeiros e Técnicos de enfermagem que não são os que atuam juntamente com a Radiologia, levam pacientes para exames. Quando isso acontece na área de Ressonância Magnética, esses profissionais muitas vezes esquecem ou ignoram completamente que o paciente não pode estar ali usando metais. Os fortes imãs da ressonância atraem metais à longa distancia... O que pode ser terrível se um paciente chegar local usando cateteres ou pior ainda, marca-passo cardíaco, o que pode causar a morte do paciente. Mesmo chegar no local usando uma caneta no bolso do jaleco, a mesma se for atraída, será quase a velocidade de um projétil de arma de fogo, podendo esse acidente também ser mortal.


Quanto a isso, basta dizer que um aparelho de ressonância magnética possui um campo magnético que pode ser até 3000.000 vezes mais forte que o campo magnético de todo o planeta Terra. Você ainda acha exagero o cuidado com metais ferromagnéticos nesse setor? Pois é, mas a informação que você acabou de ler uma Enfermeira formada não possui de sala de aula, sendo algo que se aprende na rotina hospitalar, porém, as que trabalham afastadas da radiologia, muitas vezes acham que é uma recomendação exagerada... Isso é um grande problema!

Outro exemplo que posso citar, novamente usando a Radiologia, é quando o Técnico ou Tecnólogo em Radiologia faz sua rotina de leitos. Muitas vezes ele adota todo o procedimento correto para respeitar áreas isoladas, e esquece proteger os chassis. Ao posiciona-los em baixo dos pacientes esta expondo diretamente o equipamento com uma pessoa doente. Em seguida, ele deixa o recinto e leva o chassi ou K7 radiográfico até seu setor de revelação e pronto, mistura aquele chassi ou K7 com outros a serem usados em outros pacientes. Vetor fatal de infecções por todo hospital!

Alguns profissionais cobrem os chassis com fronhas, o que não é seguro. O ideal para isso é que os hospitais possuam um carrinho para transportar os chassis, uma vez que quando o profissional da Radiologia sai para fazer uma rotina de leito, precisa levar muitos chassis, além do próprio equipamento móvel de raios-x. Isso torna a tarefa braçal, pesada. Esse carrinho deve ser equipado com um rolo de sacolas plásticas descartáveis para cobrir os chassis, desses rolos que encontramos no supermercados para pegar legumes e frutas. Após o uso, a sacola deve ser descartada no lixo de materiais contaminados do próprio setor onde o exame foi executado.


Exemplos como esses ocorrem o tempo todo quando há a interação entre equipes de diferentes áreas de atuação. Problemas como os relatados acima, muitas vezes vão além do que já discutimos aqui, sendo também a causa de discórdias e desarmonias entre as diferentes áreas profissionais. Como já disse anteriormente, cabe ao Técnico de Segurança o Trabalho a tarefa de conscientização para a prevenção de acidentes, logo, o TST deve estar atento a tudo isso até mesmo para promover a harmonia entre os demais setores. A final, um hospital é uma equipe, ele só funciona bem quando os setores que o compõe funcionam em perfeita harmonia.

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